II Congresso Brasileiro de Biologia Sintética reúne comunidade científica para debater os rumos da área no Brasil
Comunicado de imprensa por: Cibele Zolnier (Diretora Executiva da SynBioBR) e Giovanna Maklouf (Diretora de Operações da SynBioBR)
Entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, a Universidade de São Paulo (USP) sediou o II Congresso Brasileiro de Biologia Sintética (CBBS), promovido pela Associação Brasileira de Biologia Sintética (SynBioBR). A segunda edição ocupou dois importantes espaços da universidade — O Auditório István Jancsó, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM-USP), e o Centro de Inovação da USP (INOVA USP) — oferecendo uma programação diversificada e infraestrutura ampliada.
O evento duplicou o número de participantes em relação à edição anterior e triplicou em programação, estrutura e alcance. Ao todo, foram mais de 190 participantes, incluindo 30% estudantes de graduação, 25% estudantes de pós-graduação, 25% professores e pesquisadores doutores e 20% profissionais da área, reforçando o caráter interdisciplinar e multissetorial do congresso.
O II CBBS foi marcado por debates estratégicos, lançamentos de iniciativas inovadoras, apresentação de pesquisas de ponta e premiações que reconheceram desde jovens talentos do ensino médio até cientistas com décadas de contribuição para a área.

Palestras e mesas-redondas: temas estratégicos para o futuro da SynBio
A cerimônia de abertura contou com falas de Cibele Zolnier (SynBioBR/Reclone), Danielle Pedrolli (UNESP) e Giovanna Maklouf (SynBioBR/Unicamp) apresentando um panorama geral sobre a SynBioBR, o CBBS e outras iniciativas. Foi também destacado o artigo recentemente publicado pela Rede Brasileira de Biologia Sintética na ACS Omega: Unveiling the Frontiers of Synthetic Biology in Brazil: Pioneering the National Synthetic Biology Network.
O ponto alto da sessão foi a aula magna do Prof. Dr. Spartaco Astolfi-Filho (UFAM), revisitando quatro décadas de desenvolvimento da engenharia genética no Brasil e oferecendo uma reflexão sobre os desafios e oportunidades para o futuro da biotecnologia nacional.
O CBBS também contou com keynotes internacionais:
– Dra. Jennifer Molloy (University of Cambridge / ICGEB) apresentou ferramentas e abordagens open source para acelerar a biologia sintética em países de baixa e média renda
– Prof. Dr. Pablo Cruz-Morales (DTU / Novo Nordisk Biosustain) discutiu o uso de fungos filamentosos como plataformas bioindustriais na transição para uma nova era da química industrial
As mesas-redondas reuniram especialistas para debater:
– Inteligência artificial aplicada à biologia sintética: com Mariana Abrahão de Morais (CNPEM) e Leonardo Tomazeli Duarte (Unicamp), e moderação por Isaac Guerreiro (Differential Bio)
– Empreendedorismo em deep techs: com Mona Oliveira (Biolinker) e Douglas Veronez (Emerge), e moderação por Caroline Salvati (Profissão Biotec)
– O futuro dos bioinsumos: com Ana Calheiros de Carvalho (DTU) e Daniela Bittencourt (EMBRAPA), e moderação por Alexsandro Galdino (UFSJ)
– O papel da bioeconomia no desenvolvimento sustentável do Brasil: com Marilene Pavan (ISI Biodiversidade e Economia Circular) e Mario Murakami (CNPEM), e moderação por Cibele Zolnier (SynBioBR)
Além disso, o congresso contou com palestras importantes de patrocinadores, apresentações dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) em Engenharia de Sistemas Biológicos e Biotecnologia Industrial, e do S2B: Centro de Biologia de Sistemas e Biologia Sintética da USP, que enriqueceram o debate sobre o futuro da área.


Apresentação de trabalhos científicos e incentivo a jovens talentos
O CBBS recebeu 11 apresentações orais e 44 pôsteres, reunindo pesquisas de graduação, pós-graduação e profissionais nas áreas de biologia sintética, engenharia genética, engenharia metabólica e biologia sistêmica.
Os melhores trabalhos foram premiados nas seguintes categorias:
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– Melhor Apresentação Oral – Profissionais: Genetic Engineering with Quantum Circuits: creating codes and studying BioBloQu genetic elements, de Marco Oliveira (EMBRAPA Genetic Resources and Biotechnology – CENARGEN)
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– Melhor Apresentação Oral – Pós-graduação: Design Of A Glycolate-Responsive Biosensor To Engineer Saccharomyces Cerevisiae For Glycol Compound Biosynthesis, de Ícaro Fier (Unicamp)
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– Melhor Apresentação Oral – Graduação: Heterologous Expression and Comparative Analysis of Sweet Proteins Thaumatin I and II in Escherichia coli and Pichia pastoris, de Fernanda Maschio (UFSCar)
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– Melhor Pôster – Profissionais: Development of a Low-Cost In Vivo crRNA Transcription System, de Cristian Rojas (UNILA)
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– Melhor Pôster – Pós-graduação: Development of a Protein Release System for Bacillus subtilis, de Gabriela Paiva (UNESP)
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– Melhor Pôster – Graduação: Selective degradation of fatty acids for the production of high-value alkenes in Saccharomyces cerevisiae, de Kauan Martins (CNPEM)
O evento também destacou a participação de estudantes do ensino médio premiados na quarta edição da Olimpíada Brasileira de Biologia Sintética (OBBS). Estes estudantes foram selecionados por seu alto desempenho e destaque na OBBS 2024 em suas respectivas regiões, com representantes de escolas públicas do Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) e Paraíba (Nordeste); e de escolas particulares de Goiás (Centro-Oeste), São Paulo (Sudeste) e Rio Grande do Sul (Sul).
Inovação e lançamentos que fortalecem o ecossistema de SynBio
Uma novidade na programação do CBBS foi o Startup Showcase. A sessão apresentou soluções inovadoras de empresas nacionais atuantes na interface entre ciência e tecnologia, avaliadas por especialistas do setor. Participaram as startups: Beri Biotech, BioinFood e NexVitro Biologics.
Além das apresentações, essas startups mantiveram estandes no Hall de Exposições do CBBS, no INOVA USP, permitindo maior interação com os participantes e fortalecendo o networking entre pesquisadores, empreendedores e investidores. Outras empresas presentes foram as patrocinadoras do evento: New England Biolabs e Uniscience, Twist Bioscience e Interprise, e a startup Biolinker.
Dois lançamentos importantes marcaram o congresso:
– bAIo: ferramenta de IA anunciada pela BioLinker, focada em apoiar no fluxo de trabalho e desenvolvimento de novas proteínas
– Reclone Node na USP: parte da Reagent Collaboration Network, que promove a produção local de reagentes para biotecnologia


Reconhecimento e encerramento
O congresso encerrou com a entrega do Prêmio Spartaco-Astolfi de Excelência em Biologia Sintética, criado para reconhecer trajetórias inspiradoras na área. O professor foi o primeiro homenageado, e o prêmio seguirá nas próximas edições.
Também foi realizada a Reunião da Rede Brasileira de Biologia Sintética, reunindo representantes de universidades e institutos de pesquisa para discutir colaborações estratégicas e ações conjuntas.
O evento foi realizado com o patrocínio da New England Biolabs, ICGEB, Twist Bioscience, Cristália e BioLinker. Além do apoio fundamental de instituições e empresas parceiras: INOVA USP, Emerge, Profissão Biotec, Editora UFABC, Unesp, Promega, Allternativa Eventos e Exxtend.
O CBBS se consolida como o principal ponto de encontro da biologia sintética brasileira, conectando ciência, inovação e educação. A SynBioBR reafirma seu compromisso de fortalecer o ecossistema nacional e ampliar o protagonismo do Brasil nesta área estratégica para a ciência, a tecnologia e a sustentabilidade.
Marque na agenda: O próximo Congresso Brasileiro de Biologia Sintética (CBBS) será realizado em 2027, na Universidade de Brasília (UnB), fortalecendo ainda mais a presença da biologia sintética em diferentes regiões do país e promovendo a expansão do ecossistema nacional!
Gostaria de saber mais ou divulgar sobre o CBBS? Entre em contato com a SynBioBR pelo email [email protected]
*Ao compartilhar as fotos, por favor, atribuir créditos à @andre.piffer.
