Em inglês, “to switch” significa mudar, trocar ou alternar. E na Biologia Sintética, um “switch” representa um mecanismo de controle, uma espécie de interruptor biológico projetado para ativar ou desativar funções específicas em resposta a estímulos. Da mesma forma, em “Monthly Switch”, exploraremos diversos temas a cada mês, alternando entre diferentes áreas da SynBio. E é exatamente isso que buscamos oferecer, um espaço que será como um interruptor, ligando novos conhecimentos e desligando as barreiras do familiar.
Para o mês de março, daremos uma olhada em um artigo publicado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que exploram ferramentas da bioinformática para identificar os genes envolvidos na teratogênese causada pelo vírus Zika.
New candidate genes potentially involved in Zika virus teratogenesis
Mirian Ferrao Maciel-Fiuza; Bruna Duarte Rengel; Gabriela Elis Wachholz; Julia do Amaral Gomes; Maikel Rosa de Oliveira; Thayne Woycinck Kowalski; Paulo Michel Roehe; Fernanda Sales Luiz Vianna; Lavínia Schüler-Faccini; Fabiana Quoos Mayer; Ana Paula Muterle Varela; Lucas Rosa Fraga.
Desde que foi estabelecida a relação entre microcefalia e infecção pelo Zika durante a gravidez, inúmeros estudos foram realizados para desvendar os segredos por trás dessa condição. No entanto, o Zika é um teratógeno humano relativamente novo, o que significa que ainda há muitas perguntas sem resposta sobre como ele causa danos ao desenvolvimento do cérebro fetal. É aqui que entra o artigo do mês.
• Utilizando uma combinação de ferramentas bioinformáticas, experimentos em animais e análise de expressão gênica em amostras humanas, os pesquisadores se dedicaram a identificar os genes que desempenham um papel crucial no desenvolvimento cerebral e podem estar envolvidos na teratogênese do Zika.
• Os resultados são promissores, 2610 genes relacionados ao desenvolvimento cerebral e à CZS foram identificados. Além disso, análises de expressão gênica revelaram padrões distintos para certos genes no modelo de CZS, sugerindo seu papel significativo na patogênese da condição.
• Surpreendentemente, a expressão diferencial de genes também foi observada em células humanas expostas ao vírus Zika, fornecendo insights adicionais sobre os mecanismos subjacentes à teratogênese.
• O que torna esta pesquisa ainda mais emocionante é a abordagem holística adotada pelos pesquisadores. Ao usar ferramentas avançadas de biologia de sistemas e análises de rede, eles conseguiram identificar não apenas genes candidatos, mas também compreender como esses genes interagem entre si e com outras proteínas no contexto do Zika.
O estudo destaca a importância de investigar os mecanismos genéticos subjacentes à teratogênese do vírus Zika para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento, além do potencial da bioinformática como ferramenta de pesquisa. 💻💻💻